Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia

Relação entre o nível de atividade física e a incidência da síndrome pré-menstrual

DOI: S0100-7203(13)03500500004 - volume 35 - Maio 2013

André Luiz da Silva Teixeira, Érica Condé Marques e Oliveira, Marcelo Ricardo Cabral Dias

Abstract



Purpose
: To determine the relationship between the level of physical activity and the incidence of premenstrual syndrome.

Methods
: A cross-sectional design was conducted on 71 apparently healthy university students (24.4±4.8 yrs; 61.5±8.7 kg; 1.63±0.06 m). The level of physical activity was determined with a questionnaire and the presence of premenstrual syndrome was verified based on daily symptoms self-reported in a diary during two consecutive menstrual cycles. 17 premenstrual symptoms are considered in the diary, which should be scored on a 5-point scale (0-4) according to their occurrence, so that a score can be calculated in each cycle. The occurrence of premenstrual syndrome was considered if three or more symptoms were reported up to six days before menstruation (premenstrual period) and were absent up to six days after menstruation (postmenstrual period).

Results
: The Spearman correlation coefficient showed a significant and negative relationship between the level of physical activity and premenstrual syndrome score (r=-0.506; 95%CI -0.335 to -0.678; p<0.001). When the participants were divided into a group with a positive diagnosis of premenstrual syndrome (n=31) and a healthy group (n=40), the Mann-Whitney test showed higher habitual physical activity in the healthy group than in the premenstrual syndrome group (7.96±1.17 and 6.63±1.20, respectively) (p<0.001).

Conclusion
S: There is a negative relationship between the level of physical activity and the incidence of premenstrual syndrome, with women with a positive diagnosis of premenstrual syndrome having a lower level of physical activity than healthy women.

Full Text

Introdução

 

A síndrome pré-menstrual (SPM) é caracterizada pela ocorrência repetitiva de um conjunto de alterações físicas, do humor, cognitivas e comportamentais, que interferem negativamente nas atividades diárias, com início em torno de duas semanas antes da menstruação e alívio rápido após o início do fluxo menstrual1-3.

 

Em um estudo populacional, verificou-se que 96,6% das mulheres apresentavam pelo menos 1 sintoma durante o período pré-menstrual e que 37,5% possuíam alta pontuação na escala de sintomas pré-menstruais4. No Brasil, em um estudo retrospectivo com 254 mulheres, observou-se a prevalência de 43,3% da SPM autoaferida5. Em outro estudo, a prevalência foi de 25,2% em 1.395 mulheres entrevistadas no domicílio6. Entretanto, o instrumento mais rigorosamente elaborado para a avaliação da SPM é o Registro de Sintomas Diários (Daily Symptom Report), publicado por Freeman, DeRubeis e Rickels7, o qual leva em consideração 17 sintomas de ocorrência comum no desconforto pré-menstrual que devem ser pontuados em uma escala de 5 pontos de acordo com sua gravidade.

 

A SPM pode ser influenciada pela idade, pela regularidade menstrual, pela escolaridade, pelo nível socioeconômico e pelo uso de contraceptivos hormonais6,8-10, atingindo tanto atletas11,12, quanto não atletas8,9. A literatura demonstra que a prática de exercícios físicos pode diminuir os sintomas pré-menstruais13-17 e, apesar de não estar bem esclarecido qual o melhor tipo (aeróbio ou resistido), a intensidade e a duração do treinamento, o American College of Obstetrician and Gynecologists18 recomenda a prática regular de exercícios físicos como um dos tratamentos não medicamentosos da SPM.

 

No entanto, em nossa revisão literária, não foi possível encontrar nenhum estudo associando o nível de atividade física (NAF) com a incidência da SPM. O presente estudo teve como objetivo testar as hipóteses de que: existe uma correlação negativa entre o NAF e a magnitude da ocorrência da SPM, e mulheres com diagnóstico positivo para SPM possuem um menor NAF do que as mulheres saudáveis.

 

Métodos

 

Trata-se de um estudo transversal quase experimental realizado em universitárias que foram recrutadas por conveniência. Como critério de inclusão, as participantes deveriam: ser aparentemente saudáveis; ter idade entre 18 e 35 anos e ter o ciclo menstrual regular entre 25 e 40 dias19. Foram excluídas da amostra aquelas que: reportaram histórico de qualquer distúrbio relacionado ao sistema endócrino; haviam tido pelo menos uma gestação e as que tivessem intenção de engravidar nos três meses subsequentes ao estudo. Após os critérios de inclusão e exclusão e por desistências ao longo da coleta de dados, a amostra final foi composta por 71 mulheres.

 

Após concordarem em participar da pesquisa, todas assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido que atende a resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em pesquisa da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, MG (parecer nº 011/10).

 

Para caracterização da amostra, foi verificado o peso e a estatura através de uma balança digital Filizolla® e um estadiômetro com precisão milimétrica Sanny® respectivamente, possibilitando assim o cálculo do índice de massa corporal (IMC). As características descritivas das participantes estão apresentadas na Tabela 1.

Para mensurar o NAF foi aplicado o questionário de Baecke, Burema e Frijters20, validado no Brasil por Florindo e Latorre21, o qual permite a obtenção de escores do NAF em três domínios: ocupacional, exercício físico/esporte e lazer/locomoção. O domínio ocupacional leva em consideração o gasto energético durante a atividade profissional. O domínio exercício físico/esporte considera a prática sistematizada de algum esporte ou exercício físico no período de 12 meses e seu gasto energético médio. Já o domínio lazer/locomoção considera o gasto energético das atividades realizadas no tempo livre e o tempo de locomoção diária através de caminhada e/ou bicicleta. Foi considerado como valor representativo do NAF, o escore total obtido no questionário. Intencionalmente, dentro da amostra estudada havia mulheres sedentárias, recreacionalmente ativas e atletas amadoras.

 

Para análise da SPM, foi utilizado o critério proposto por Freeman, DeRubeis e Rickels7, o qual considera-se 17 sintomas pré-menstruais. Para tal, as voluntárias receberam uma ficha autoaplicável com o Registro de Sintomas Diários por dois ciclos menstruais consecutivos, iniciando no primeiro dia da menstruação12. Os sintomas foram pontuados em uma escala de 5 pontos (0 a 4) de acordo com sua ocorrência, sendo considerado: 0=ausente; 1=mínimo (apenas levemente aparente para você); 2=moderado (o sintoma é perceptível, mas não altera a rotina diária); 3=muito (continuamente incômoda pelo sintoma e/ou o sintoma interfere na atividade diária); 4=grave (o sintoma é maior do que se pode controlar/suportar e/ou impossibilita o prosseguimento da atividade diária)7.

 

Foi considerada a ocorrência da SPM se três ou mais sintomas fossem relatados até seis dias antes da menstruação (fase pré-menstrual) e ausentes nos seis dias após (fase pós-menstrual). Além disso, foi calculado um escore em cada ciclo somando os valores da fase pré-menstrual e subtraindo pelos valores da fase pós-menstrual. A cada semana, foi realizada a troca de diários; e após a aplicação dos questionários, a amostra foi dividida em um grupo com diagnóstico positivo para SPM (n=31) e um grupo saudável (n=40).

 

Para a análise estatística, foi realizado o teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov e igualdade de variância pelo critério de Levene. Como os dados não apresentaram distribuição normal, foi utilizada uma estatística não paramétrica. Para verificar a relação entre o NAF e o escore do questionário da SPM, utilizou-se a correlação de Spearman. Para verificar a diferença no NAF entre o grupo com diagnóstico positivo para SPM e o grupo saudável, foi utilizado o teste de Mann-Whitney. Todos os dados foram analisados através do pacote estatístico SPSS 19.0 (SPSS Inc., Chicago, USA) com nível de significância de p<0,05.

 

Resultados

 

Foi observada uma correlação fraca, porém significativa e negativa entre o NAF e o escore obtido pelo questionário de sintomas pré-menstruais (r=-0,506; IC95% -0,335 a -0,678; p<0,001), demonstrando que quanto maior o NAF, menor é a incidência da SPM, sendo que 26,3% da variação no escore de sintomas podem ser explicados pelo NAF (Figura 1). Quando a amostra foi dividida pela ocorrência da SPM, foi verificado que as mulheres com diagnóstico de SPM (n=31) possuem um NAF significativamente menor do que as mulheres saudáveis (n=40) (SPM: 6,63±1,20; saudável: 7,96±1,17; p<0,001) (Figura 2).

Adicionalmente, observou-se que os sintomas pré-menstruais com maior prevalência foram: ansiedade, tensão nervosa, irritabilidade, choro e insônia, seguidos por depressão, mudanças de humor, cefaleia e fadiga (Tabela 2).

 

Discussão

 

O presente estudo teve como objetivo verificar a relação entre o NAF e a incidência da SPM. Os resultados confirmaram as hipóteses de que: quanto maior o NAF, menor é a magnitude dos sintomas pré-menstruais; e mulheres com diagnóstico positivo para SPM possuem um menor NAF do que as mulheres saudáveis. Esses resultados são de grande relevância clínica, pois demonstram que a prática de exercícios físicos pode ser benéfica na prevenção e/ou tratamento da SPM, corroborando assim com o posicionamento do American College of Obstetrician and Gynecologists18 que recomenda a prática regular de exercícios físicos como um dos tratamentos não medicamentosos da SPM.

 

Alguns estudos demonstraram que um programa de treinamento físico foi eficaz em diminuir os sintomas da SPM13-17. Prior, Vigna e Alojado14 verificaram que três meses de treinamento aeróbio reduziram os sintomas pré-menstruais em um grupo de oito mulheres previamente sedentárias. O treinamento foi composto de 2 a 4 sessões de 10 a 15 minutos de corrida por semana, sendo que foram realizados incrementos no volume e na intensidade do treinamento durante o delineamento experimental do estudo. Além disso, seis mulheres permaneceram sedentárias compondo um grupo controle, e não foram observadas diferenças significativas nos sintomas pré-menstruais no grupo que permaneceu sedentário. Outros autores demonstraram que 24 semanas de exercício aeróbio moderado (esteira, bicicleta ou escada) realizado 3 vezes na semana e intensidade entre 60 a 85% da frequência cardíaca máxima reduziram os sintomas pré-menstruais em 14 mulheres previamente sedentárias16. Nesse mesmo estudo, os autores verificaram que mulheres que são fisicamente ativas possuem menores escores de sintomas pré-menstruais do que as mulheres sedentárias16.

 

Uma explicação pertinente para os resultados da presente pesquisa é que a prática regular de exercícios físicos pode atenuar alguns sintomas da SPM, entre eles os sintomas de grande prevalência como ansiedade e depressão22-29. Já foi demonstrado que 12 semanas de treinamento com pesos reduziram os níveis de ansiedade em 11 sujeitos (6 homens e 5 mulheres) após acidente vascular isquêmico22. Curiosamente, outros autores23 dividiram 156 sujeitos em 3 grupos para o tratamento da depressão: 1) exercício; 2) medicamento; e 3) exercício e medicamento combinado. Após quatro meses de intervenção, todos os grupos apresentaram melhorias nos escores da depressão, no entanto após seis meses do término da intervenção, o grupo que fez apenas exercício apresentou menores taxas de depressão do que o grupo que recebeu o tratamento medicamentoso.

 

Ao contrário do que vem sendo discutido, foi encontrada uma prevalência de 71% da SPM11 em atletas de handebol. Posteriormente, também foi demonstrada uma alta prevalência da SPM (48%) em 57 atletas de 11 modalidades esportivas, o que nos permite especular que o exercício físico quando realizado de forma exacerbada pode não ser benéfico para atenuar os sintomas da SPM. No presente estudo, como não havia atletas de alto rendimento compondo a amostra, não foi possível confirmar essa hipótese.

 

Como todo estudo de caráter experimental, a presente pesquisa possui algumas limitações metodológicas como a falta de controle do uso de contraceptivos hormonais. Já foi demonstrado que a SPM pode ser influenciada pelo uso de contraceptivos10. Sugere-se que pesquisas futuras sejam desenvolvidas levando em consideração o uso de agentes contraceptivos, o tipo de exercício físico e a inclusão de atletas de alto rendimento para maiores esclarecimentos sobre a relação entre o NAF e a incidência da SPM.

 

Em síntese, de acordo com os resultados obtidos e levando em consideração as limitações da presente pesquisa, podemos concluir que o NAF está relacionado com a incidência da SPM, sendo que quanto maior o NAF habitual, menor é a magnitude dos sintomas pré-menstruais, e ainda, mulheres com diagnóstico positivo para SPM possuem um NAF menor que as mulheres saudáveis, demonstrando assim uma preliminar evidência de que a prática regular de exercícios físicos pode auxiliar no tratamento e/ou prevenção da SPM.

 

 

 

Recebido 17/01/2013

 

Aceito com modificações 26/04/2013

 

Trabalho realizado no Laboratório de Fisiologia do Exercício e Avaliação Morfofuncional (LabFex) da Faculdade de Educação Física do Instituto Metodista Granbery - IMG - Juiz de Fora (MG), Brasil.

 

Conflito de interesse: não há.


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